Reservas travam e caem


As Reservas Internacionais Líquidas (RIL) angolanas desceram em Setembro para o valor mais baixo do ano, fixando-se em 23.768 milhões de dólares, caindo mais de 3%face a agosto.

S egundo dados mensais do Banco Nacional de Angola (BNA), depois de quedas consecutivas, estas reservas tinham subido de Julho para Agosto, mas voltam às quebras, para mínimos de vários anos, em Setembro.

Entre Janeiro e Setembro, Angola viu estas reservas, necessárias para garantir nomeadamente as importações nacionais de matéria-prima ou de alimentos, reduzirem-se em 11,5%, fruto da crise da cotação internacional do petróleo, que diminuiu as receitas angolanas e a entrada de divisas no país.

No total, estas reservas perderam 3,1 mil milhões de dólares em nove meses.

De acordo com dados disponibilizados pelo BNA, as RIL eram de 27.276 milhões de dólares em 2014, de 31.154 milhões de dólares em 2013, de 30.828 milhões de dólares em 2012 e de 26.321 milhões de dólares em 2011.

Na revisão do Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2015, aprovado em Março e que surgiu face à forte quebra nas receitas com a exportação de petróleo, o executivo angolano já previa uma descida dessas reservas para garantir cinco meses de importações, face à média anterior de seis meses.

As reservas contabilizadas pelo BNA são constituídas com base em disponibilidades e aplicações sobre não residentes, bem como obrigações de curto prazo.

Incluem-se ainda as reservas de ouro, que em Agosto aumentaram para 89.455 milhões de kwanzas.

Devido à crise da cotação do crude, que fez as receitas fiscais petrolíferas de Angola caírem para cerca de metade nos últimos meses, e, por consequência, a entrada de divisas (dólares) no país, o Governo prevê uma redução de 28,4% nas RIL em 2015, podendo chegar no final do ano aos 19.277 milhões de dólares.

Angola é o segundo maior produtor de petróleo da África subsaariana, actividade que representa cerca de 98% do total das exportações do país.

O sector garantiu em 2013, segundo o Ministério das Finanças, 76% das receitas fiscais, mas o seu peso deverá descer este ano para 36,5% devido à forte redução da cotação do crude no mercado internacional.

Na crise petrolífera de 2009, as RIL angolanas reduziram-se até aos 13 mil milhões de dólares, o que obrigou o Governo angolano a pedir um empréstimo ao Fundo Monetário Internacional no valor de 1.375 milhões de dólares.

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